segunda-feira, abril 25, 2005

INTRODUÇÃO

Até o final da Segunda Grande Guerra, Luzia Barbabela mantinha contato com parentes na Itália. A região onde moravam foi arrasada pela guerra. Seis primos de Pedro Barbabela foram mortos durante a guerra. Cremos que foi este um dos motivos que perdemos contato. Fizemos algumas tentativas para encontrar algum Barbabela na Itália, mas não tivemos sucesso. Entretanto cremos que temos parentes em algum lugar na região de Grosseto.

Luzia Barbabela, durante sua vida, sempre mantinha viva a ligação entre os irmãos. Estava sempre em contato com todos. Sempre foi o desejo dela, mantermos ligados para não nos dispersarmos. Foi através dos escritos deixados por ela que pudemos manter vivo a sua vontade. Era seu sonho, rever ou contatar os parentes ascendentes na Itália o que infelizmente até hoje não foi possível.

Este trabalho foi feito levando em consideração todos os descendentes de Pedro Barbabela aqui no Brasil, independente se o último nome seja Barbabela, ou não. Esta compilação vai até o início do ano 2000. Todos estes dados foram possíveis pelos escritos deixados por Luzia, compilados, organizados e ampliados por seu filho, Mauro, e seu neto, Jackson, filho de Efigênia, neto de Carolina. A versão online está sendo organizada pela filha de Mauro, Jennifer. Esperamos que outros membros da nossa família se interessem em manter esta lista atualizada, mantendo vivo o sonho de não nos dispersarmos.

domingo, abril 24, 2005

HISTÓRICO

A origem dos Barbabellas teve início entre o final do século XVII e início do século XVIII. Em um pequeno lugarejo chamado Castell’Otiere, local montanhoso no oeste da Itália ao norte de Roma.

Castell’Otiere era província da cidade costeira de Grosseto, às margens do Mar Tirreno enfrente a ilha da Córsega. Era um aglomerado de poucas famílias que se dedicavam à agricultura de sobrevivência. Era uma vida dura de poucos recursos e sem nenhuma estrutura sócio-econômica. Seus habitantes desciam as montanhas até Grosseto para trocar os seus produtos pelo que necessitavam.

Entre estas famílias, quatro deram origem ao que somos hoje; as famílias Fifi, Zeline, Barbabella e Gini. Por volta de 1868 Bernadine Barbabella se casou com Veneranda Fifi e em 8 de maio de 1870 nasceu o filho único deste casal que levou o nome de Pietro Barbabella (o nome foi aportuguesado para Pedro Barbabela, com um L). Sabemos que Bernadine Barbabella teve vários irmãos que se casaram e tiveram muitos filhos. Também por volta de 1870, Luigi Gini se casou com Annunciata Zeline e em 10 de janeiro de 1871 nasceu Angela Gini. Não temos nenhuma informação sobre a família de Angela Gini. Angela e Pietro se casaram em 9 de agosto de 1888. Ambos eram agricultores e não sabiam ler e escrever. Moraram na casa dos pais durante dez anos. No dia 7 de outubro de 1889 nasceu o primeiro filho, que foi chamado Benvenuto; ele veio a falecer de paralisia infantil em 21 de abril 1892.

A vida era muito difícil e os primeiros sonhos de uma vida melhor, começava a se formar. Em 29 de janeiro de 1894 nasceu Maria (Dindinha) , em 2 de maio de 1896 nasceu Carolina (Cali) , em 2 de março de 1897 nasceu Margarida. Já nesta época eles estavam decididos a vir para o Brasil. Esperaram Margarida se desenvolver mais e em 3 de março de 1898 imigraram para o Brasil.

Era o seu sonho ter uma fazenda de café. Desembarcaram no Rio de Janeiro em maio de 1898, permanecendo lá até outubro do mesmo ano, quando então vieram para a recém inaugurada capital mineira. Logo que chegaram a Belo Horizonte a pequena Margarida morreu de desitratação em 22 de novembro de 1898, (ela foi sepultada no cemitério onde hoje se encontra a pequena igreja Nossa Senhora do Rosário, onde era o Orfanato Santo Antônio, na rua São Paulo esquina de Avenida Amazonas e Rua Tamóios). Pedro trabalhou na construção de Igreja da Boa Viagem durante dois anos. Nasceu então seu primeiro filho no Brasil, Luiz em 13 de janeiro de 1899. Em junho do mesmo ano mudou com a família para Vespasiano indo trabalhar na Fazenda Nova Granja pertencente ao Coronel Virgílio Machado. Viveram em Vespasiano até 1921. Neste período nasceram os outros filhos: Benevenuto (Ninico), em 5 de junho de 1901, Luzia (Cia), em 13 de dezembro de 1904, Honorina (Anita), em 15 de setembro de 1906 e Alice em 25 de maio de 1910. Para o sustento da família e também, o projeto de ter sua própria fazenda, além de Pedro trabalhar na Fazenda Nova Granja, (local onde hoje fica a cidade de Nova Granja), toda a família plantava hortaliças e legumes que vendiam em Vespasiano. Viveram ai durante vinte anos.

Em novembro de 1920, Pedro comprou uma fazenda na localidade chamada Retiro, a dezoito quilômetros da cidade de Pedro Leopoldo, (que também pertencia à comarca de Santa Luzia). A mudança da família e seus pertences, de Vespasiano para o Retiro foi em janeiro de 1921; foram quatro dias de viagem em carros de bois e lombos de burros por caminhos, pois estradas realmente não existiam, durante o tempo de chuva. Foi uma epopéia.

Essa mudança ficou muito marcada na vida de Pedro, porque no dia 3 de fevereiro daquele ano, morreu sua filha Carolina de complicações de parto, (Carolina era casada com José Amaro). Pedro então começou a concretizar o seu sonho. Derrubou três alqueires de mata e plantou café. Teve a felicidade de participar de duas grandes colheitas de café. Limpou outras terras para plantar milho, arroz e feijão, alem disto dividiu pastagens para criação de gado. Plantou em volta da sede um grande pomar. Angela cuidava da horta que era muito grande, da criação de porcos, galinhas e perus. Havia fabricação de queijo e um moinho d’água para fazer fubá. As pessoas da região levavam suas colheitas de milho para ser moída.

A casa da fazenda era um casarão antigo, ainda do tempo dos escravos, mas muito bem conservado. Ele foi totalmente restaurado por Pedro, que manteve a senzala que ficava no porão do casarão. Havia uma varanda muito grande na frente, no final desta varanda do lado direito havia uma capela onde as festas religiosas e as novenas eram celebradas. Se consolidou assim os Barbabelas na região que passou a se chamar Fazenda do Retiro.

Pedro estava feliz mas no final de 1925, ele sofreu seu primeiro derrame, com tratamento, se restabeleceu e continuou no seu sonho, mas em 1931 teve o segundo derrame, ficou paralítico e perdeu a fala, sua saúde foi se deteriorando e no dia 10 de abril de 1934, faleceu. Angela continuou administrando a fazenda até dezembro de 1944, quando adoeceu vindo a falecer em Belo Horizonte no dia 11 de abril de 1945. Ela foi sepultada no cemitério de Pedro Leopoldo junto com seu marido Pedro Barbabela, como era do desejo dela.

Castell’Otieri sobreviveu a primeira guerra mundial de 1917, mas foi totalmente arrasada durante a segunda grande guerra, não existindo hoje nenhum vestígio de sua existência. Sabemos que muitos dos nossos ascendentes morreram nestas guerras e com a destruição da vila toda a documentação se perdeu. Sabemos que temos parentes por lá, principalmente pelos escritos de Luzia. Esperamos que no futuro possamos encontra-los.

Clique ao lado para ver lista de cada geracao de nossa familia.